sexta-feira, 30 de setembro de 2011
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sábado, 10 de setembro de 2011
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
418 - das passagens, 29
Ensaia como coçar a casca:
“Se há um ideal de família em que eu apostaria como modelo
de felicidade é o da família de amigos: amigos são vários, sem limite de número
ou restrição para as trocas, cada um no seu canto, com sua solidão, suas manias
e caprichos irremediáveis, mas juntos por livre vontade quando querem, sem
cobranças pela presença ou ausência, sem laços de sangue perpétuos, sem
necessidade de procriação, sem responsabilidades além da livre doação da
própria amizade, em todas as suas declinações queridas e seus gestos, e
enquanto ela dura, perto ou longe, às vezes mais intensa e constante, outras
vezes mais espaçada e leve, às vezes bem curta, outras vezes ao longo da vida
inteira.”
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
terça-feira, 6 de setembro de 2011
415 - das passagens, 28
Neste exato momento, tenho cãibras no lado esquerdo da
testa. Olhando no espelho, é como se enfim eu tivesse a coordenação necessária
para erguer apenas uma das sobrancelhas. Mas o involuntário do movimento (e sua
repetição) empresta à cena algo de ridículo, de doentio, de demoníaco ou de
absolutamente ordinário: com a cara meio embasbacada e inerte, fico esperando
quando virá à tona, nessa minha testa, a próxima série de contrações, comandada
– é o que parece – por um corpo estranho, ao menos por uma vontade que não é
minha e me surpreende. Finalmente, levantando a sobrancelha esquerda mais uma
vez (e mais uma e outra e outra... e outra), como se num acesso de perspicácia,
baixo a vista e, meio perdido, penso quantas vezes já não se terá contraído,
sem eu querer, esse coração aqui. E já nem sei se devo dizer assim, que o meu
coração bate alheio. Acho que só pode bater tanto, mesmo, porque ele é
alheio, porque não depende de mim.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
domingo, 4 de setembro de 2011
sábado, 3 de setembro de 2011
412 - das visões de mundo, 28
e será preciso sair, e sofrer
a saída, e assim,
sem saber de ir, sem saber
horizonte linha périplo peripécia
possível volta, e sem saber
com certeza quando isso tudo,
a saída, meu bem,
quando terá começado?
as listas da camisa de flanela escorreram
das mangas para a palma da sua mão?
mas então seus braços já vinham assim,
lassos, há muito tempo
quem sabe de brincar com as coisas sérias,
e de brincar com a brincadeira
com as coisas sérias, e
de brincar...
quem sabe um banjo? um bandolim?
essas vozes no corpo de um robô de barro?
e rodar rodar rodar, e bater com força
o coração na terra
ou será preciso ter calafrios de pensar
em morrer agora, agora mesmo,
qualquer hora dessas ou em uma, duas,
em poucas palavras,
morrer assim, meu bem,
já de saída?
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
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