sábado, 3 de setembro de 2011

412 - das visões de mundo, 28



e será preciso sair, e sofrer
a saída, e assim,
sem saber de ir, sem saber
horizonte linha périplo peripécia

possível volta, e sem saber
com certeza quando isso tudo,
a saída, meu bem,
quando terá começado?

as listas da camisa de flanela escorreram
das mangas para a palma da sua mão?
mas então seus braços já vinham assim,
lassos, há muito tempo

quem sabe de brincar com as coisas sérias,
e de brincar com a brincadeira
com as coisas sérias, e
de brincar...

quem sabe um banjo? um bandolim?
essas vozes no corpo de um robô de barro?
e rodar rodar rodar, e bater com força
o coração na terra

ou será preciso ter calafrios de pensar
em morrer agora, agora mesmo,
qualquer hora dessas ou em uma, duas,
em poucas palavras,

morrer assim, meu bem,
já de saída?