sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

216 – das biografias, 59



Então, no começo do terceiro dia, Vera levantou-se do sofá capenga, abandonou a almofada listrada e a procura por um calço inédito, passou ao lado de Hélio e de outros visitantes erguendo os seios, tomou a marreta das mãos de Tomaso – que, atingindo umas cerâmicas, executava a sua parte da performance entre a churrasqueira e o banheiro – e pôs-se a destruir até o que devia restar inteiro. “Isto não é uma marreta”, gritava ela entre um golpe e outro, “é a Jovialidade! A Jovialidade!” E se dirigia ameaçadora para os presentes: “A Jovialidade é um risco!” – e rodava a marreta no ar – “A Jovialidade é tudo o que há!”. Todos saíram correndo. No tumulto, Hélio perdeu um pé do sapato. Vera ganhou uma história para contar, acabou detida e só foi liberada quando Tomaso convenceu as autoridades de que tudo estava desde o início programado.


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