segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

212 – das biografias, 55



Vera está irritada: “Você quer que eu fique deitada por três horas neste sofá? É isso? Minha participação se resume em ficar três horas deitada nesta porcaria de sofá, dormindo?”. Tomaso brinca distraído com a marreta, ou finge que não ouve. Hélio, em apuros, explica: “Não não não! Não é só isso. A cada três horas você irá se levantar, virá até este monte de entulho e irá procurar, de maneira totalmente livre, algum elemento que possa servir de calço para o sofá. Está sacando qual é a jogada? Porque você terá um milhão de possibilidades, e poderá testá-las quantas quiser, mas então você desistirá, como se ficasse cansada, pegará esta almofada listrada e irá deitar-se com ela novamente, para dormir. Durante o sono, você se mexe e a almofada cai de novo. E assim vai... Há muito espaço para sua criatividade”. Vera, que aguardava com atenção, responde: “Ok ok ok... Apenas uma coisa, e Tomaso sabe. Eu não consigo dormir de roupa”.


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