sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

209 – das biografias, 52



“Um mês após dar à luz, atriz espanhola reaparece sem barriga” – é o que Vera lê no jornal enquanto Hélio e Tomaso ajeitam a instalação. Ela repete a manchete em voz alta. “Mas é óbvio”, responde Hélio, “um volume sai, desocupa o espaço... virar mãe é murchar o barrigão... como se isso fosse muito excepcional!”. Vera quer explicar: “Mas não é este o sentido, Hélio!”. Tomaso dá uma marretada num muro e se mete: “Mas isso também é óbvio, Vera! Não percebe que Hélio está chacotando?!”. Ela se levanta do sofá, joga o jornal no chão: “É chacoteando, seu idiota! E não me venha com esse paternalismo! É claro que eu percebi. Só entrei no jogo do Hélio para mostrar como vocês são idiotas achando que eu sou idiota”. Ela se vira, meio indecisa, por fim escolhe um rumo e vai embora. Hélio e Tomaso acompanham um instante. “Tive uma ideia para este sofá”, diz Tomaso.


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