Em seu sonho, Georges entra pela porta do mosteiro. É madrugada e faz frio. No pátio, as pedras ancestrais que sustentam as sólidas vigas do templo não podem ser vistas: estão encobertas pela neve e a bruma. Mas há o peso de um tempo muito longo que pode ser sentido. Uma raposa atravessa o caminho quase sem deixar pegadas. Pára e fixa os olhos em Georges. “O que há com sua cabeça?”, pergunta o animal. Neste mesmo momento, um silvo ecoa por todo lugar. Agora não há mais templo, nem qualquer traço de construção humana. Quando volta os olhos para a raposa, Georges encontra em seu lugar uma monja, que se distancia de costas para ele com as mãos postas sobre o peito. Ela tem a coluna curvada e parece caminhar com dificuldade. Mais adiante se vira e levanta o hábito até a cintura, mostrando a Georges o monte cabeludo.
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