E se nem sempre Vera recebia com felicidade o período noturno, ela não gostava, peremptoriamente, das noites em Veneza. Não conseguia dormir à noite em Veneza: tinha sonhos horríveis em que se perdia entre os canais submersos, sem saber se as bolhas de ar que soltava, já sem fôlego, subiam à superfície ou a levavam mais para o fundo, onde sempre aparecia um mímico de gondoleiro gesticulando que ela precisava de um guarda-chuva, e ele ria em silêncio, e batia no próprio traseiro que retumbava como se fosse um tambor, até que ela acordava realmente ensopada, suando frio e gritando em uma variante da língua banta que seus avós eram livres e gostavam de macarrão chinês.
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