sexta-feira, 15 de abril de 2011
271 - das visões de mundo, 9
Cada quadro exposto é uma vida à mostra. Quem diz que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa não está dizendo nada com nada. Para comprová-lo, basta a lembrança da seguinte situação: uma senhora apostou que certo tom num quadro era resultado de uma mistura com a urina do autor. Com tanta certeza ela falou e tanto dinheiro ela tinha que a hipótese encabulou os críticos e influenciou os negócios, uma vez que a maioria dos potenciais compradores criava esses cachorrinhos horríveis que vivem dentro das casas, comem em pratos, dormem em camas, escovam os dentes, respondem por nomes e se vestem como gente. São raças impressionantes, de fato, que compreendem os mais sutis movimentos do olhar e só faltam falar, de tão civilizadas, mas que podem, infelizmente, em horas instintivas, marcar seu território mirando os pés de um quadro que vale milhões.
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