quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

194 – das biografias, 38



Tomaso e Roger são muito parecidos, como bons amigos costumam ser, mas absolutamente diferentes em alguns aspectos, como não raro também ocorre com amigos. A maneira de cada um conceber a vida e a humanidade, por exemplo, ou ainda, para falarmos com algo mais imediato, o modo como um e outro se colocam diante da necessidade de se fazer sociável. Para Tomaso, mesmo que essa necessidade seja uma imposição do meio que construímos (em outras palavras: mesmo que o homem não seja a priori um ser social), o caminho é a interação, aparando-se as agudezas das diferenças para que possamos viver sem o assassínio e de modo que a meritocracia prevaleça naturalmente. “Naturalmente”, isto é, no jogo das diferenças polidas necessárias ao “fazer-se sociável” (poderia ser qualquer outro jogo) tem mérito reconhecido aquele que se mostrar mais apto, ou seja, “o mais diferente dos diferentes”, o que significa neste caso “o mais diferente dos iguais”. Tomaso é dos melhores jogadores e tem consciência disso. De certa forma, é como se num mundo de especialistas Tomaso fosse alguém especial.


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