domingo, 23 de janeiro de 2011

190 – das biografias, 34



“Encontrei Tomaso hoje no terminal”, diz Bionne da porta do quarto.

“Não diga! E como está esse tratante? Disse a ele para aparecer aqui no jantar de amanhã?”, responde Georges, procurando na gaveta do banheiro o seu álbum de família.

“Não, não disse nada”.

“E por que não, ora?”.

“Não sei, ele me pareceu alheio. Na verdade, demorei a reconhecê-lo nas roupas que usava”.

“Você viu meu álbum de família, Bionne?”.

“Aliás, me pergunto o que fazia no terminal vestido daquele jeito”.

“Será que está no armário?”.

“De qualquer modo, pareceu distante, ou como se estivesse acuado, fugindo, sei lá”.

“Se você tivesse cansado ou estivesse fingindo? Como assim, Bionne?”.

“A cabeça, Georges, se eu soubesse onde diabos você está com a cabeça”.


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