Desde pequeno aprendeu a rezar. Todos os dias, antes de dormir, uma ave-maria e um pai-nosso. Cumpria com essa última obrigação diária assim mesmo, religiosamente. Até que a repetição foi ficando aborrecida. Para se livrar, passou a pagar adiantado: escolhia um dia de mais ânimo, normalmente no início da semana, e rezava uma cota – sete, dez, quinze pares de orações, pensando nas noites seguintes. O problema foi quando se empolgou e rezou até perder a conta. Na dúvida, imaginou cem ave-marias e o mesmo tanto de pais-nossos. Teria assim uma boa margem de descanso. E dormia despreocupado – até que perdeu a conta das noites passadas. Mas com certeza ainda tem mais umas quinze ou vinte bênçãos de crédito pela frente.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
33 – das adivinhações, 3
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