segunda-feira, 25 de julho de 2011

372 - do despertar para a imagem, 4



Essa dor de dente e a peruca que escorrega sobre a nuca não serão suficientes para desanimá-lo. Sobre o peito, pendido do pescoço, o amuleto que o lembra do destino: não por ser estrela brilhante, e sim por ser corpo cadente, pequenino. Daí que seus olhos quentes mirem o desafio, o abismo, a distância, o horizonte – e sem uma desconfiança sequer ele então avança. Mas espere! Ali, sobre sua testa, em meio às plumas, a duras penas, sim, é possível ver um orifício escuro: e eis que, diante da ameaça, o íntimo de uma vida involuntária prepara o acidente.