O envelope trazia como remetente Roland, amigo querido que, ao morrer, deixaria para Tomaso uma situação difícil de ser superada. Mas esta é outra história. O caso é que Vera abriu o envelope e teve três segundos de ausência. Nenhuma carta, nem mesmo um bilhete; apenas uma foto, impressa num grosso papel. Atrás, nada escrito. Por que aquela foto deles estaria com Roland? E por que ele a enviaria para ela agora, justo agora, em vez de entregá-la a Tomaso, ou talvez de rasgá-la, ou de enfiá-la no cu? Não sabia por quê. Contrariada foi para o quarto e acomodou a imagem na estante, ao lado de outras fotografias queridas. Na janela miava aquele maldito gato que Tomaso havia deixado para trás.
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