No meio de uma roda de polemistas, ele defende o amigo ausente: “O fato é que a dificuldade que Edouard encontra para firmar a mão é de certa maneira comovente. Não é patologia, não é corpo; é paixão, meus caros, pura alma! Nesses gestos tensos de sua mão vemos todo o sentimento que o inflama. E talvez por isso ele realize tão bem isso que os senhores chamam de manchas obscenas, esses arroubos de verdadeira arte, em vez de caprichar delicadamente as linhas e as formas, como tantos outros, jovens-velhos cansados desde sempre, convencionalíssimos, insistem em fazer”.
A porta do café se abre com violência, o vidro se quebra. “Tomaso, seu filho da puta, cadê meus comprimidos?” Edouard pula no pescoço do amigo. Enquanto o soca, vai falando: “Você quer me ver tremendo, é?... Quer que eu trema até morrer!... Pois veja que beleza... Tremendo... a única coisa que eu consigo fazer... é surrar você...”
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